quinta-feira, 28 de maio de 2009




Até finais do século XVI foram os próprios artistas a teorizar sobre o seu trabalho. Eram, no entanto, os intelectuais da época quem se responsabilizava pelas iconografias a desenvolver nas pinturas.Os pintores eram vistos mais como executores do que como criadores originais e independentes, excepção feita aos grandes mestres (Leonardo de Vinci, Rafael, Miguel Ângelo, Tintoretto, para dar alguns exemplos).No século XVI entram em cena os teólogos uma vez que a pintura era vista na Europa católica como um veículo de propaganda para os ideais da Contra-Reforma e se tornava necessário garantir que as obras produzidas não se afastavam da doutrina oficial.A figura do "crítico" de arte afirma-se também nesta época. São geralmente homens cultos que desenvolvem um discurso sore as características do belo e da qualidade da pintura sem, no entanto, exercerem essa actividade. Esta atitude constitui uma novidade no século XVI.Estes críticos puseram por escrito regras válidas e temas considerados dignos, criando assim um modelo ideal para a obra pictórica. A partir daqui toda e qualquer obra produzida passava a ter um termo de comparação e avaliação que, caso não fosse respeitado, levaria à recusa da obra com todas as implicações daí decorrentes.
Esta espécie de censura passou a ser comum e podemos considerá-la como um passo em direcção aquilo que iremos designar como "academismo".Em 1582 uma publicação intitulado "Discurso" de um tal Cardeal Paleotti impunha a ideia da necessidade de um controlo político das imagens sacras. Por oposição a um certo tom liberal que vinha do período maneirista, o designado período barroco tornava-se muito mais controlador em matéria de pintura religiosa.



Arquitetura Barroca
























A arquitectura do Barroco foi sobretudo marcada pela entrada em acção da Contra-Reforma. O poder eclesiástico e temporal era absoluto e de origem divina. A arquitectura barroca veio representar com a grandeza e a sumptuosidade apropriadas a autoridade de ambos os poderes. Os meios utilizados eram semelhantes: o poder era encenado, os sentidos do observador estimulados; os objectivos eram a desorientação e a subjugação.Sendo a arquitectura a forma de expressão plástica mais completa, na medida em que serve de suporte às restantes expressões, conjugando-as em grandes narrativas de leitura complexa, é aí que encontramos com maior nitidez a materialização do espírito grandioso e dramático característico da época.
Partindo do princípio que toda a arte barroca é uma encenação, as suas construções serão palcos sumptuosos que servem às mil maravilhas a exibição esmagadora do poderio do rei absoluto e dos seus aliados no seio da igreja.



Barroco 2





Podem encontrar aqui:


(http://www.artchive.com/artchive/B/bernini.html#images)


algumas imagens de esculturas deste mestre italiano. Se visitarem este site poderão aproveitar para dar uma voltinha já que se trata de um imenso arquivo de imagens e textos sobre os mais variados artistas de todas as épocas (ou quase).


A entrada principal é http://artchive.com/ftp_site.htm


e, à vossa esquerda, encontram a lista de artistas e períodos à disposição.O site é em inglês e recomendo-o principalmente para quem está interessado em enriquecer a sua cultura visual.Divirtam-se.
























Canaletto

Como o mais celébre autor de "vistas" em sua época, Canaletto abre um verdadeiro parêntese na pintura veneziana que, sem ele, percorreria o caminho da dramaticidade que une Giambattista Tiepolo (1696-1770) a Francesco Guardi (1712-1793). Estes refletem a verdade de seu tempo e acompanham, amargurados, o destino da esplêndida cidade, votada a um declínio inexorável mais ainda orgulhosa de sua beleza.
Empenhando-se em quatro guerras contra os turcos, entre 1499 e 1716, Veneza saiu de cada campanha com crescentes perdas em suas possesões marítimas. Mesmo exaurida pelas guerras, a "Sereníssima" tinha um comércio tão florescente que poderia sobreviver ao choque, não fosse a descoberta, nessa mesma epóca, das novas rotas para o Oriente, que desviaram as correntes de tráfego do Mediterrâneo para o Atlântico.


Nenhum comentário:

Postar um comentário